terça-feira, 18 de agosto de 2009

O dossiê – sexo oral e HIV (parte I)


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Vamos abordar um assunto que, apesar de importantíssimo – e urgente! – geralmente costuma ser desconsiderado por muita gente. Fingimos que “não é conosco” e fechamos os olhos para os riscos dessa prática. Mas já é hora de encararmos de frente o problema e falarmos sério a respeito.

Pesquisas recentes feitas pelos NIH (Institutos Nacionais de Saúde), dos Estados Unidos, apontam para o dado alarmante: o vírus HIV pode, ao que tudo indica, ser transmitido por via do sexo oral com mais facilidade do que se supunha até então.

Embora essa prática seja, de fato, menos arriscada que o sexo anal para a transmissão do patógeno (já que a saliva possui propriedades antivirais, e as gengivas, mesmo quando feridas, produzem queratina, que as fortalece e previne o contágio; e, além disso, caso o esperma seja engolido, o suco gástrico mata prontamente o vírus), os pesquisadores e médicos sempre têm se espantado com os relatos (e não são poucos) de pessoas que afirmam terem sido contaminadas apenas devido ao sexo oral.

O que estariam elas fazendo de errado?

“O segredo está nas amígdalas” – dizem os especialistas dos NIH. O que acabou de se descobrir é que há um “ponto fraco” da garganta para a recepção do vírus HIV.

As amígdalas, uma vez que servem ao sistema imunológico (que ironia...), agem de forma a detectar os agentes patógenos perigosos ao organismo, para manter o organismo “alerta”. Ora, essas glândulas possuem, para a tarefa, muitas células dotadas de uma proteína chamada CXCR4 – mas o problema é que esta proteína é justamente um dos receptores favoritos do HIV para a invasão do organismo (o bichinho é esperto...). A CXCR4 se “encaixa” no vírus e leva o danado por uma “tour” pelo nosso corpo, crente de que está nos ajudando...

As amígdalas fazem um árduo trabalho, mas o preço disso é que elas, no final, ficam enfraquecidas, mais frágeis e expostas ao invasores. Ou seja, o sistema de detecção dos vírus feito pelo organismo através das amígdalas é uma estratégia mais que ineficiente no caso de se tratar de HIV – o tiro sai pela culatra!

A equipe de doutores, liderada por Sharon M. Wahl, frisa: “os dados sugerem que a expressão aumentada de moléculas associadas à conexão e entrada do HIV, associada aos fatores antivirais inatos reduzidos, podem tornar a amígdala um local potencial para transmissão oral". (Os resultados dos estudos foram publicados na edição de agosto de 2007 do periódico "The American Journal of Pathology".)

Estariam, assim, as contaminações por via oral finalmente explicadas? Acabou-se o “mistério” que intrigava até mesmo os mais zelosos estudiosos da saúde, os quais também acreditavam, até pouco tempo atrás, que o sexo oral não era tão arriscado como se pensava?

É bom lembrar que as pesquisar ainda não são conclusivas, estão ainda em desenvolvimento. Mas é claro que não precisamos esperar uma conclusão 100% para começarmos a tomar providências a respeito!!

As dúvidas que surgem são imensas e inúmeras... E quem não tem amígdalas? Pode “chupar” sem medo? Não haveriam outros riscos? Uma coisa é certa: as contaminações por sexo oral são um FATO. Seria até confortante, para nós, que a explicação definitiva fosse mesmo essa da “fragilidade das amígdalas”, porque aí já teríamos um dado conclusivo – haveria um relativo controle da situação. Mas, caso o segredo da contaminação oral for outro, estaremos novamente em apuros...


(CONTINUA)


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2 comentários:

  1. Acho que os especialistas descartaram a possibilidade de que os relatores foram esporrados nos olhos e nas foças nazais =p

    Aí q tá o perigo, cair uma gotinha no olho, aí o ácido do cabeçóide do espermatozóide (que serve para penetrar o zigoto) dissolve a superfície do glóbulo ocular indo direto pros vasos sangüíneos!!

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  2. O acrossomo dos espermatozóides possuem Hialuronidase, uma enzima específica para digerir o ácido hialurônico do óvulo feminino' isso de ir pelo olho nao existe!

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